Você viu? Tratamento reverte cegueira pela primeira vez
Esse avanço da ciência representa uma grande esperança para milhões de pessoas que tem baixa visão.
Pioneirismo
Pela primeira vez na história, cientistas conseguiram reverter a cegueira em pacientes com danos severos na córnea por meio de um transplante de células-tronco. O procedimento foi realizado em quatro pessoas, das quais três apresentaram melhora significativa e duradoura, enquanto o paciente com o quadro mais grave teve uma leve reversão após um ano.
Os pacientes tratados sofriam de deficiência de células-tronco limbares (LSCD), condição em que a córnea é coberta por tecido de cicatrização, perdendo a transparência e levando à cegueira. As causas incluem traumas oculares, infecções como herpes ocular, doenças autoimunes e problemas genéticos. Tratamentos tradicionais envolvem o transplante de células da córnea de um olho saudável do próprio paciente ou de doadores falecidos, ambos com limitações e riscos de rejeição.
A técnica inovadora baseia-se nas pesquisas de Shinya Yamanaka e John Gurdon, vencedores do Nobel de 2012, que demonstraram ser possível reprogramar células maduras de adultos para um estado semelhante ao das células-tronco embrionárias. No estudo, cientistas usaram células do sangue de um doador saudável, reprogramaram-nas para um estado embrionário e as transformaram em uma camada fina e transparente de células do revestimento da córnea, que foi transplantada nos pacientes.
Durante a cirurgia, o tecido cicatricial que recobria a córnea danificada foi removido, preparando a superfície para o transplante. Uma camada de células epiteliais da córnea, cultivadas em laboratório a partir de células-tronco, foi então posicionada sobre a área e fixada com suturas finas. Para proteger o enxerto e auxiliar na cicatrização, uma lente de contato terapêutica foi colocada sobre a córnea. Este avanço abre novas possibilidades para tratamentos de casos complexos, reduz a dependência de doadores e pode revolucionar o manejo da deficiência de células-tronco.
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