A pandemia fez mal aos olhos?

Uma nova realidade foi imposta. As pessoas ficaram mais tempo dentro de casa, os trabalhos passaram a ser feitos on-line e o distanciamento passou a ser o novo normal. Certamente isso impactou nosso organismo em diversos pontos, inclusive na saúde dos olhos. Leia e entenda.

As telas

Com esse novo mundo em que o trabalho e o entretenimento estão cada vez mais on-line, nossos olhos passaram a dedicar muito mais tempo às telas: o escritório migrou para o computador, os passeios ao ar livre se transformaram em TV, as brincadeiras com o filho pularam para dentro do celular e as reuniões vêm através do tablet.

Sabe-se que os olhos são naturalmente lubrificados pelo número natural de piscadas que damos. Por exemplo, ao olhar uma paisagem qualquer, piscamos cerca de 15 vezes por minuto. Isso faz com que os olhos sejam hidratados por gotículas de lágrimas. Mas, se as batidas de pálpebras forem reduzidas, os problemas começam. E a notícia fica ruim mesmo quando se descobre que, ao olharmos para uma tela (tv, celular, computador), piscamos apenas 3 vezes a cada minuto: 5x menos que o necessário.

Cansaço visual

Por estarmos piscando menos, nossos olhos começaram a cansar mais. Ao fim do dia, está cada vez mais comum aquela sensação de ter “areia” nas vistas, além de ardência, vermelhidão, coceira, vista embaçada e dores de cabeça.

O problema do uso excessivo de telas também está ligado à musculatura do globo ocular, que fica mais pressionada – e isso pode prejudicar o foco da visão em relação a objetos próximos.

E não há filtro de tela, óculos especiais e colírios que resolvam essas questões. Nossos olhos não estão acostumados com tanta exposição às luzes de aparelhos eletrônicos.

Danos a curto, médio e longo prazo

Tanta exposição não fará bem aos nossos olhos. Além dos sintomas já citados, que surgem a curtíssimo prazo (durante o trabalho ou ao fim do expediente), também poderemos notar a médio e longo prazo o surgimento de outras doenças dos olhos.

A miopia é uma delas. Em adultos e, principalmente crianças. O risco de glaucoma também fica aumentado nessa nova realidade de superexposição. Além disso, o controle sobre doenças típicas do envelhecimento (como catarata ou degeneração macular) também ficou prejudicado, já que as visitas ao ofatalmologista foram prejudicadas.

O que fazer?

Há algumas ações a serem tomadas, que podem fazer a diferença, afinal, nem tudo é culpa da pandemia.

Se, ao usar telas, você nota algum desconforto nas vistas, talvez o problema possa ser resolvido com uma visita ao oftalmologista, que indicará para você óculos ou um colírio específico.

Lembre de piscar. Parece estranho dizer isso, né? Mas, quando estamos compenetrados em algo que está passando em uma tela, seja trabalho ou entretenimento, temos uma tendência a piscar bem menos. Ao lembrar de piscar, você aumentará a lubrificação dos olhos.

Diminua o brilho das telas. Elas não precisam estar com luminosidade muito vibrante, isso só aumenta o cansaço das vistas.

Com relação ao trabalho, observe se as letras estão muito pequenas e as aumente. Use zoom para leituras em sites ou configurações de fontes maiores para que o trabalho não seja tão exaustivo para a visão.

Utilize a “regra dos 20”. A cada 20 minutos de trabalho na tela, pare por 20 segundos e olhe para algo a 20 pés (6 metros) de distância.

E, por fim, descanse. A cada 2 horas olhando para uma tela, pare por cerca de 10 minutos. E, nesse momento, não faça leitura ou olhe para o celular, senão o olho não descansa.

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